UMA CAIXINHA PARTICULAR

                  UMA CAIXINHA PARTICULAR.

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Vira e mexe, mexe e vira, vejo Lgbts, crucificando aguem da classe, por mijar fora do pinico 
se fulano esta dentro do padrão?
 se esta queimando o nome da classe,?
se me representa (sim ou não)
Quem deve ter a carteirinha de lgbt e fazer parte da comunidade ou não?
 Que para ser gay tem que ser assim ou assado!
 para ser lésbica tem que ser assim ou assado!
 Qual regra para ser BI ?
 e que para ser trans ou travesti tem que ser desse ou daquele jeito,
 Que  deveria colocar peito ciclana
 Deveria  trocar o nome, 
Que beltrana tem um discurso ótimo mas não se veste adequadamente que represente a classe que esta representando, 
Que a religião do fulano não é certa,
 O outro tem um pensamento diferente tem que ser combatido e retirado do grupo,
e por ai vai em todas suas etceteras e eteceteras e tais, como se para ser precisasse de uma cartilha desenhada por um grupo que decidiu o certo e errado, esquecendo-se que cada ser é um ser único e cada vivencia e evolução varia de individuo para individuo . 
Confesso que durante muito tempo também pensei dessa forma, até o dia e que parei sai da minha zona de conforto dei um pulo fora da minha caixinha e fiquei analisando cada caso, logico que analisando mais meu grupo, minha letrinha em especifico.
Se uma trans não quer tomar hormônio?
Não quer colocar implantes de silicone?
 Fazer lazer no xuxu, vai ser menos trans do que as outras?
 Oque importa é o sentir-se mulher ou encaixar-se no esteriótipo feminino visual que a sociedade espera, uma mulher seria menos mulher se não tivesse peitos, uma mulher que por questões religiosas ou ideológicas decide não se depilar  ela deixa de ser mulher? 
E se uma mulher recebe no nascimento um nome que pode ser considerado masculino ou um homem recebe um nome que pode ser considerado feminino afeta a sua condição sexual, e sua identidade de gênero? 
E se a pessoa se sente confortável na condição que se identifica cabe a nós julgar?
Um exemplo de pessoa, que tem um discurso totalmente fora da caixa.

ROGÉRIA, figura impar nas artes da dramaturgia brasileira, adora exaltar seu nome masculino e orgulha-se de dizer sou ASTOLFO BARROSO PINTO, um gay que se traveste de mulher para levar sua arte aos palcos, e quando usa o termo O travesti, explica que usa o adjetivo "O" porque se sente um homem travestido de mulher e não se reconhece como trans , e não se vê representando as pessoas trans nem as mulheres travestis que para ela Rogéria é só um personagem ,e é apedrejada por seu discurso de (ideologia própria),
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Foi a partir dai que comecei a questionar, que direito eu tenho de julgar e querer impor ao outro o que eu considero certo ou errado, teria eu a capacidade de julgar o que o outro , e como ele se reconhece  como  individuo ?
 Quem me deu esse direito alem de eu mesma? 
quer dizer se não me identifico e não entendo devo condenar e forçar o outro por não pensar e agir como eu?
será que eu não estou me colocando no mesmo patamar do intolerante que me julga por me reconhecer como mulher tendo eu nascido com um corpo biológico ao qual não me identifico
Não seria um dever meu respeitar a individualidade, do outro e suas particularidades como ser humano .
Pregamos tanto o respeito e o direito de cada de ser e viver como se identifica, sera que não estamos invadindo a individualidade do outro ?
Outro dia decidi cortar meu cabelo loiro e com comprimento no meio das costas, deixar um channel batido e pintar de vermelho, muitos adoraram, acharam moderno e revolucionário, outros acharam chique, porem ouvi gente dizer "toda trans sonha com um cabelão enorme e loiro e você vai la e corta, ta parecendo uma mulher normal agora, e mais uma vez vem o questionamento, quer dizer que existe um padrão para ser trans, que para ser trans não posso me parecer fora do padrão que a sociedade hétero normativa pinta?! o dito "esteriótipo" que todos esperam.A imagem pode conter: 1 pessoa, atividades ao ar livre e águaA imagem pode conter: 1 pessoa, sorrindo, close-up
Para ser trans preciso me maquiar todo o dia, usar salto ( que eu odeio ) vestir roupas glamurosas ou sexys, e que se não me apresentar assim sou menos trans, que as outras, me apresentar como qualquer mulher se apresenta não me é permitdo ?
se gosto de roupas confortáveis, usar sapato sem salto, cabelo curto, não usar maquiagem me tira o lugar de mulher trans, ou me diminui .
Pois bem odeio usar salto durante a semana, 
Não tenho(mais)cabelo comprido nem loiro
se não estou trabalhando não uso maquiagem 
Não curto roupas sexys sempre , 
Ando mais com meu peito coberto e sem decotes, 
sento de pernas abertas se fico a vontade 
minha voz não é fina 
Nem sempre estou bonita
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E dai me sinto bem assim, me amo assim, e não preciso de uma formula ou cartilha para ser feliz. sigo sendo trans da mesma forma, do meu jeito como me sinto bem, e sigo defendendo o direito de cada um ser aquilo o que é ,e de  se identificar desde que esse direito não agrida ninguém na sua individualidade.
ESSA É A CAIXINHA PARTICULAR, QUE SÓ EU TENHO A CHAVE E SOMENTE EU DECIDO O QUE VAI DENTRO .





Comentários

  1. Oi Selminha, teu cabelo ficou lindo. Adorei o texto e também penso que esse negócio de estereótipos é pura falta de imaginação e, principalmente, de respeito pelo ser humano.
    O que importa mesmo é ser feliz e não impedir ou dificultar a felicidade alheia.
    Beijos minha linda, vou continuar aqui no teu blog. Adorei...

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    1. Amor amei o elogio,e fico feliz por te ver por aqui no meu blog, só me da mais animo para continuar escrevendo.

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  2. Oi Selma! As vezes me pego tentando encontrar um certo tipo de padrão entre as pessoas, fica mais fácil de trabalhar com a lógica. Quando me deparo com essa situação eu paro e penso: lógica no que? Na subjetividade do ser humano? Impossível. Reflito e busco outro caminho para compreender a situação. É um trabalho árduo de quebra de paradigmas e de entendimento que todos somos diferentes. Sei que não devemos colocar todos dentro da mesma caixa como se fossemos o mesmo obejto, mas as vezes é difícil. Lidar com seus preconceitos e imperfeições internas é algo difícil, mas tenho tentado sempre. Ler a opinião de outras pessoas e, principalmente, tentar me colocar no lugar do outro, é importante para que eu possa (re) construir minha linha de pensamento evolutivo. Gde beijo. Alê Silveira.

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    1. é um exercício diário essa desconstrução e muitas vezes nos pegamos julgando o outro sem nem mesmo nos darmos conta que é um julgamento injusto... mas como seres humanos que somos nem sempre conseguimos, mas pelo menos tentamos kkkk...
      adorei o teu cometário , pois quando escrevi o texto morri de medo de não ser compreendida

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